Alex Gonçalves
Eles se casaram e o aviso da sogra foi claro, “quero ver minha casa cheia de netinhos”. A cegonha hoje não trás mais no bico e nas asas inúmeros bebês a procura de lares. Homens e mulheres saem da casa de seus pais cada vez mais tarde. Trabalham, viajam, fazem pós-graduação ou mestrados e só aí optam pelo altar ou pela divisão do seu espaço com outra pessoa aí sim depois desse amadurecimento pessoal e profissional, optam pela prole.
A maternidade hoje é tardia por opção, a mulher quer ter sua independência e só com a proximidade das limitações biológicas, despertam vontade de serem mães. Como disse Bárbara Kingsolver “a força da maternidade é maior que as leis da natureza”, será que é por isso que ela enfrenta o risco da gravidez tardia? Assim é casa vez mais freqüente principalmente nos consultórios de reprodução humana, mulheres com mais de 40 anos em busca de filhos.
A partir dos 27 anos de idade a probabilidade de gravidez vai se reduzindo. Com a gravidez a partir dos 35 anos a mulher está sujeita a endometrioses, pré-eclampsias, hipertensões e diabetes, e o risco de nascimentos prematuros varia entre 11 e 18%. Outro fator preocupante é a ocorrência da Síndrome de Dow. Aos 42 anos 90% os óvulos podem ter imperfeições segundo o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos. Mas o que leva uma mulher a correr todos esses riscos? Seria o instinto animal de gerar e se sentir completa? Mulheres como Silvia Popovic, Cássia Kiss, Susy Rego e Carla Martins apostaram na maternidade após os 40 anos e obtiveram sucesso.
A necessidade em se estabelecer no mercado de trabalho como um bom profissional está exigindo cada dia mais principalmente das mulheres. Em alguns setores mesmo em cargos de chefia, elas ainda ganham menos que os homens. Em recente pesquisa feita pela Catho, de 1996 para 2010 a taxa de mulheres que ocupam cargos CEOs subiu de 10,39% para 21,88%.
Se realizar como profissionais não quer dizer que deixaram de lado a tarefa de amamentar ou cuidar dos convites para o chá de berço, elas só preferem fazer isso em um momento que julgam estarem mais seguras de si para propiciarem aos seus filhos gerados ou não, um futuro mais garantido.